terça-feira, 15 de julho de 2014

Refúgio

Quantas vezes não nos deparamos com mil debates nos aguardando, mil questões a serem minuciosamente levantadas e analisadas,  mas tudo o que buscamos é um refúgio omisso? E seguro, untuoso, úmido, quente, onde todas as possibilidades e respostas se encontram at arm's reach. Lá, nenhum companheiro precisa se debater num mar de confusão e insegurança, com correntes frias que te puxam para baixo. Tudo é simples, o universo é simples, a vida é simples. Espero que um dia você possa encontrar essa compreensão, esse seu refúgio quente.

Massa vegana para pastel integral  assado (ou para tortas)

250g de farinha de trigo integral
1 colher de chá de sal marinha
1/4 colher de chá de fermento químico
60mL azeite
120mL água gelada

Misture a farinha com o sal e o fermento. Despeje o azeite sobre os ingrediente secos e misture com os dedos até que pareça uma farofa úmida. Junte a água gelada e sove bem. Deixe descansar antes de abrir e rechear. Para pasteis assados, abra a uma espessura bem fina, até que se consiga ver sua mão através da massa. Recheie com o que preferir e passe água nas bordas antes de selar o pastel, retirando todo o ar interno. Asse a 180ºC por 20 minutos.

Essa massa também pode ser usada para tortas, nesse caso mantenha a espessura entre 0,3cm e 1cm, dependendo do diâmetro e do peso do recheio. 


Recheio de ricota de amêndoas.


No meu caso, preparei um recheio a base de legumes variados caramelizados lentamente (cebola, alho, cenoura, ervilhas), ricota de amêndoas, rúcula, ervas e figo seco. Parece mistura demais, mas ficaram deliciosos. A ricota de amêndoas é um ingrediente chave, pois deixa o recheio seco o suficiente para não molhar a massa, porém macio o suficiente para ser moldado quando pressionado.


Ps.: Essa é a postagem mais nonsense de toda a história do blog, não me importo. Fico feliz que possa me conceder a hábito de escrever assim, a meu bel-prazer.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Sazonalidade e aspargos malcheirosos

Neste fatídico dia, sinto que devo compartilhar meus sentimentos com vocês. Não me deem importância, só estou me sentindo um tanto poética (da forma menos poética que um ser humano de raciocínio médio poderia se sentir). Queria discutir algumas indignações, mas são tão diversas e incoesas que não sei se devo listá-las todas e metralhá-los, meus leitores, com esses projéteis indignados ou se devo tentar selecioná-las... Dúvidas de escritor principiante. Bom, vou comentando sobre alguns fatos do último semestre e lhes passando minhas observações.

A falta de sazonalidade de maneira geral de produtos de hortifruti me deixa perplexa. Não podemos negar que alguns produtos realmente só estão disponíveis em determinadas épocas do ano, mas outros estão disponíveis o ano todo independentemente de sazonalidade. Refiro-me principalmente a frutas, mas acho que isso poderia se aplicar a outros itens também. Será que sazonalidade é apenas uma forma de dizer, "nós temos o produto, mas está ruim e com baixa quantidade, por isso cobramos mais"? Na minha humilde concepção, sazonalidade se referia ao fato das árvores florarem em diferentes estações do ano, serem polinizadas e darem frutos em suas devidas épocas.

Vim checar uma tabela simples da Ceagesp e, por exemplo, a uva itália está em um período "fraco" neste mês de junho. Inobstante, posso encontrá-la gorda e suculenta em qualquer mercado num raio de 5km. Então, não seria uma questão de qualidade, apenas de quantidade produzida? Que questão mais difícil. Gostaria de saber o que outras pessoas têm a dizer sobre isso...

Após constatar um odor malcheiroso na minha urina durante alguns dias, descobri que tenho os genes de olfato para aspargos. Não se assustem, heheh, foi isso mesmo que vocês leram e essa frase faz todo o sentido do mundo e é de extrema relevância para o tema. O aspargo contém uma substância que altera a essência da nossa urina, mas nem todas as pessoas conseguem sentir essa mudança de odor. Isso aconteceria porque apenas algumas pessoas possuem o gene que as permite sentir o odor diferente provocado pour ma chère asperge.  

Conta a lenda que as limpíssimas ruas de Londres nos séculos passados ficavam empesteadas com o odor da urina aspargada dos seus cidadãos durante a época dos aspargos, que tinham o belo costume de mijar pelos cantos (que hábito condizente com sua civilidade, não, ingleses?). Não é uma bela historinha? Agora me digam se haveria uma história tão redonda a ser contada se não houvesse sazonalidade dos aspargos? Se pudessem encontrar o aspargo durante todos os meses do ano, como é o caso?

Não posso deixar de pensar que parte da culpa é nossa, les restauranteurs bresiliens. A dona de casa não precisa do mesmo produto todo dia, o restaurante precisa. O fictício restaurante francês tem que oferecer o salmão grelhado com aspargos sautée e sauce hollandaise de janeiro a dezembro. Imagina se o cliente chegar lá e não encontrar o bendito salmão com aspargos? Ora, imagino que vá comer outra coisa ou vá embora.

Porque não podemos criar uma cultura de prato do dia, como é comum em países europeus, e abolir os menus de trinta páginas? Assim, não se é obrigado a comprar um produto que não está bom, ou que está caro, ou que não se encontra. Assim, o produtor não é obrigado a utilizar estufas climatizadas, a utilizar mais aditivos químicos e fertilizantes para o legume crescer como se estivesse na época, a cobrar mais do seu comprador.

São tantas as variáveis envolvidas nessa realidade estabelecida que não veja uma solução transformadora no horizonte. Bem, tentem se lembrar disso quando forem ao sacolão nas próximas vezes. O pinhão está bonito hoje, não é?

Peludinhos, laranjinhas, com rosáceas



























Delicioso plumcots, como devo chamá-los amascos ou dameixas?

R$28, 500g.
É, eu sei...


Achei tão linda que tive que compartilhá-la.
Nada de corantes artificiais, este veludo vermelho é natural (confeiteiras que me entendam...)

E um prato feito com aspargos, só para ilustrar mesmo.
Quinua, legumes sauté ao hoisin e aspargos no vapor com hollandaise.