terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Minha versão do clássico Stollen

Mais um ano se passa e cá chego eu, na véspera do Natal, publicando receitas como se algum ser pensante fosse prepará-las a tempo da ceia de hoje ou fosse ter a divina paciência de colocar os pés na cozinha no dia de amanhã. Excetuando-se o fato de que eu me daria o trabalho de preparar algo amanhã - ou melhor de que vou de fato preparar algo amanhã -, sinto-me inclinada a afirmar que verdadeiros escritores nunca escreveram para agradar a algum possível público, escreveram porque queriam. Então, eu digo, publico porque quero. Fi-lo porque qui-lo (sim, sei que é gramaticalmente incorreto, mas a máxima de Jânio Quadros caiu tão bem no contexto...)

Quanto ao Stollen querido (a.k.a. Christollen), não me canso de repetir a todos os familiares a quem apresento ou presenteio com um pãozinho desses que o formato do pão doce alemão representa Cristo enrolado na sua manta. Quem lê, imagina-me uma católica fervorosa assando pães para presentear as suas comadres. Pelo contrário, apenas gosto de contar as histórias por trás da comida. Dá profundidade à experiência.


Fiquem à vontade para criar sua própria combinação de frutas secas ou cristalizadas, apenas não utilizem aquela mistura de frutas cristalizadas vendida pronta para panetones. E não ousem acrescentar essência de panetone, ou vocês não são merecedores dessa receita. Devo avisar que a receita rende muito, muito mesmo, 6 pães de 400 g cada. Se pretende preparar apenas para você e sua família, sugiro que  faça a terça parte. Segue a minha versão da receita do livro "Técnicas de Padaria Profissional" de Paulo Sebess.


Esse foi feito com 800 g de massa crua.

Stollen

Frutas secas maceradas durante a noite:
Uvas passas sultanas - 85 g
Uvas passas corintos - 85 g
Damasco seco - 50 g
Gengibre cristalizado - 40 g
Cranberries secas - 50 g
Laranja cristalizada - 10 g
Limão cristalizado - 10 g
Cidra cristalizada - 10 g
Conhaque - 100 mL
Licor de uísque Bailey's - 20 mL
Extrato de baunilha - 15 mL
Água de flor de laranjeira - 15 mL

Esponja:
Leite integral - 200 mL
Farinha de trigo - 200 g
Fermento seco - 8 g

Massa:
Farinha de trigo - 1 kg
Canela em pó - 10 g
Esponja - 408 g
Açúcar - 40 g
Sal - 10 g
Raspas de limão siciliano - 5 g
Raspas de laranja - 5 g
Ovos - 180 g (4 unidades)
Manteiga - 210 g
Água - 180 mL
Marzipã - 150 g

Cobertura:
Manteiga clarificada derretida - 100 g
Açúcar de confeiteiro - 100 g


Pique as frutas secas e cristalizadas e misture com o conhaque, o licor, a baunilha e água de flor. Conserve em um pote hermético na geladeira durante a noite.

Prepare a esponja dissolvendo o fermento seco no leite morno e acrescentando a farinha. Deixe fermentar em local aquecido por cerca de uma hora. Ela está boa para utilizar quando estiver desinflada.

Peneire a farinha com a canela, o açúcar e o sal. Bata na batedeira a esponja com os ovos, as raspas, a manteiga, e cerca de três colheres de sopa da mistura dos ingredientes secos. Depois que estiver homogêneo, vá acrescentado à mão a água e a farinha restante. Quando a massa estiver dura demais para mexer com o pão duro, vire em uma superfície limpa e seca. Incorpore toda a farinha restante enquanto sova. A massa poderá parecer um pouco dura, mas o líquido das frutas maceradas vai amaciá-la. Quando estiver bem sovada em ponto de véu, acrescente as frutas secas e sove para distribuí-las bem.

Divida em porções de 400 g ou 800 g. Boleie e deixe fermentar por uma segunda vez em local aquecido. Depois que dobrar de tamanho, abra com um rolo em formato oval, disponha um cilindro de marzipã do centro e dobre a massa sobre o cilindro. Deixe descansar mais 15 minutos e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC por 30 minutos.

Quando estiver dourado, retire o Stollen do forno, pincele com manteiga derretida e deixe esfriar sobre uma grade. Polvilhe com açúcar de confeiteiro antes de servir.


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Mais algumas fotos pré-Natal para vos alegrar.
Muita paz, saúde e felicidade neste dia especial entre as famílias, ho ho ho!

Arancini di riso :)
O que era um risoto de bacalhau, com um cubo de mussarela, e empanado numa farinha de rosca temperada com ervas, alho e cebola

"Iniciando os trabalhos de verão", repetindo as palavras de papai.
Poucas coisas são tão boas na vida quanto um pedaço de pão italiano mergulhado naquele caldinho de caranguejo.

Gingerbread cookies, não poderiam faltar, certo? Para mim, já são tradição.
Esse ano usei fava tonca, ou cumaru, entre as especiarias.

Esse é novo na área.
Marshmallows de chocolate com rodamoinhos (e sem ovos!).
Simplesmente impossível comer um só, juro.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Panificação, como te adoro, eu como e eu te adoro

Pão é uma coisa dos deuses, essa frase poderia resumir o que penso sobre a panificação. Muitos ingredientes têm recepção negativa pelo público em geral, não o pão. Nunca conheci alguém que desgostasse de pão e creio que nunca conhecerei tal pessoa. De certa forma, o pão é um alimento que nos une como humanos, pois em qualquer parte do planeta a que for, da comunidade mais isolada de um deserto africano ao epicentro do capitalismo em Nova Iorque, o pão está presente. Obviamente, em um curso de gastronomia não poderia faltar a disciplina de Panificação, embora eu pense que os temas deveriam ter sido melhor explorados.

Aqui vão as fotos da avaliação prática final, em que cada grupo apresentou pães tradicionais de um país específico. Seguem também as receitas dos pães que meu grupo preparou, o Nikuman e o Melon Pan, do Japão. O Nikuman é um pãozinho no vapor com recheio de carne de porco moída com shiitake, cebolinha, e gengibre, lembra bastante um guioza. Geralmente consomem esses pães no café da manhã e são muito populares também na China. Já o Melon Pan é um pão doce simples que recebe esse nome porque a camada de biscoito que reveste o pão craquela enquanto assa e fica parecida com um melão.

Itália - Bruschettas e Grissini

Argentina - Empanadas doces e salgadas

Brasil - Pão de queijo e pão recheado com doce de banana

Portugal - Broas de milho e bolinhos de arroz

Líbano - Esfihas fechadas de carne, esfihas abertas com zaatar, Baba ganoush e Homus
Estava tudo delicioso, foi o melhor grupo, sem dúvidas!

Hungria - Não me lembro o nome dos doces, mas eram uns pães recheados com nozes, chocolate e coco

Espanha - Os pães salgados eram a Coca Salada, um tipo de pizza. O doce não apareceu na foto, era a Tarta de Santiago
Os docinhos de tâmara que aparecem na frente são do Líbano, chamados Mamul




Japão - Melon pan de chá verde e com gotas de chocolate e Nikuman

Melon Pan

Pão de leite com cobertura de biscoito
(ZOJIRUSHI. Breadmakers recipe: Melon-pan)


Massa:
Fermento biológico seco: 5 g
Leite integral: 210 mL
Ovo: 1 unidade
Manteiga: 28 g
Açúcar refinado: 46 g
Sal: 5 g
Farinha de trigo 3 : 425 g

Biscoito:
Farinha de trigo : 280 g
Fermento químico: 3,5 g
Manteiga: 115 g
Açúcar refinado: 100 g
Ovo: 1 unidade
Essência de baunilha: 5 mL
•Opcionais:
Chá verde em pó (matchá): 4,5 g, ou
Mini gotas de chocolate: 80 g

Modo de preparo do biscoito
Combine a farinha e o fermento (opcional: e o matchá) e reserve. Na batedeira, bata a manteiga com o açúcar até ficar cremoso. Adicione o ovo e a baunilha e bata novamente. Incorpore os ingredientes secos (opcional: e as mini gotas de chocolate) com uma espátula. Molde em formato de tronco, cubra com plástico filme e leve à geladeira por 30 minutos.
Modo de preparo da massa
Dissolva o fermento no leite morno e junte o açúcar, o ovo, a manteiga em ponto pomada. Misture bem e vá acrescentando a farinha de trigo. Por último, adicione o sal. Sove bem até atingir o ponto de véu. Transfira para um bowl untado, cubra e deixe fermentar até dobrar de tamanho. Divida a massa em 16 pedaços de peso idêntico. Boleie e reserve. Divida a massa do biscoito em 16 partes iguais e, com um rolo, abra em círculos que cubram o tamanho do pão. Cubra cada pão com o círculo de biscoito e faça cortes rasos para imitar uma rede. Disponha em forma untada e deixe fermentar por mais 30 minutos. Salpique açúcar por cima dos biscoitos e leve ao forno a 175ºC por 15 minutos.

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Nikuman

Pão no vapor com recheio de carne de porco


Massa:
Água morna: 180 mL
Fermento biológico seco: 10 g
Açúcar refinado: 35 g
Farinha de trigo: 300 g
Óleo vegetal: 15 mL
Sal: 2 g

Recheio:
Coxão mole suíno moído: 250 g
Molho de soja: 45 mL
Molho de ostra: 5 mL
Saquê: 15 mL
Pimenta-do-reino preta: q.b.
Sal: 2 g
Açúcar: 5 g
Óleo de gergelim: 30 mL
Cogumelos shiitake desidratado: 3-5 unidades
Gengibre ralado: 1 colher de sopa
Cebolinha: q.b.
Amido de milho: 1 colher de sopa
•Opcional: Acelga picada: 100 g

Molho:
Molho de soja: 15 mL
Vinagre de arroz: 30 mL
Gengibre ralado: ¼ de colher de chá


Modo de preparo da massa
Dissolva o fermento na água morna e junte o açúcar e duas colheres de sopa da farinha. Deixe fermentar em local aquecido por 15 minutos ou até espumar. Peneire a farinha restante numa tigela e sobre ela vá despejando a esponja, trabalhando a massa. Quando toda a farinha estiver incorporada, acrescente o óleo e o sal e sove bem. Transfira para um bowl untado, cubra e deixe fermentar até dobrar de tamanho. Divida a massa em duas partes e divida cada metade em 6 pedaços. Boleie, abra com um rolo, recheie e feche as pontas, apertando bem. Deixe fermentar novamente e cozinhe no vapor por 15 minutos sobre folhas de papel manteiga.
Modo de preparo da massa
Reidrate os cogumelos em água morna por 25 minutos. Escorra bem e corte em brunoise. Rale o gengibre e corte a cebolinha em brunoise. Misture a carne com os molhos de soja e de ostra, o saquê, a pimenta, o sal, o açúcar, o óleo de gergelim e o gengibre. Junte os cogumelos, a cebolinha e o amido (opcional: e a acelga picada) e misture bem. Reserve.
Modo de preparo do molho
Misture o molho de soja, o vinagre e o gengibre.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Oficinas de culinária japonesa e crudívora

Desde o início de novembro, estou fazendo um estágio em um restaurante japonês aqui em Santos bem próximo à minha casa. Não esconderei identidade, o restaurante se chama Okumura e este é o segundo estabelecimento na cidade - o primeiro é uma temakeria. Por isso, ando, ou andava, tão ocupada e sem tempo para me dedicar ao meu querido brogui, heheh. Uma vez que trabalho à noite, tive de mudar de turma na faculdade e passei a estudar no período vespertino logo no último mês de aulas, aquele mês repleto de provas e trabalhos, ai ai. O bom é que praticamente acabou o semestre, só estou esperando pelas notas enquanto roo as unhas.

Tornando públicas as atualizações, começo por uma que está dois (dois!) meses atrasada. São as oficinas aconteceram na universidade durante a jornada de ciência e saúde, participei de duas (não fui à do André Ahn), aqui estão as fotos:


"Novas tendências da culinária japonesa", Márcio Okumura

Camarão ao pesto com ponzu e sal rosa do Himalaia
Atum selado com ponzu e cebolinha
Avocado envolto com salmão

























































Salmão selado com tarê


"Culinária Detox", Daniel Francisco de Assis

"Spaghetti" de abobrinha e abóbora ao sugo crudívoro
"Cuscuz" de couve-flor com pimentas


"Energy balls" de uvas passas



Saladas com abacate, tofu e molho cremosos


Torta crudívora de chocolate








































































Cada uma dessas preparações tinha incontáveis ingredientes, não me lembro de todos, já fazem dois meses :/ Logo mais volto com fotos do jantar no Guaiaó e do trabalho final de panificação. Hasta luego!

domingo, 17 de novembro de 2013

Dois ingredientes e uma mousse

Todo ano a repetição reconfortante chega precisa, sem tardar. As estações que mudam, as frutas que amadurecem, a chuva que fertiliza e os humores que acompanham, subindo e descendo com a maré e as luas. Contudo, nem tudo são flores (não poderia prescindir de um habitual cliché), também vem chegando sutilmente a repetição enfadonha, igualmente pontual. Provas, pesquisas e trabalhos se acumulam, assim como a fadiga de final de ano. Ah, como anseio outra repetição, a do descanso e de reposição de energias das reuniões e festas com família e amigos no final do último mês do ano. Não liguem para essa melancolia e esse estilo romântico suspirado, acabei Jane Eyre há poucos dias e, uma vez que não tenho escrito nada além de textos acadêmicos, meu estilo próprio ainda está mergulhado e encilhado nas algas profundas do romantismo meio gótico e sobrenatural de Charlotte Brontë.

Em toda essa triste turbulência anual, nada melhor que um doce para suprir suas necessidades com poucos ingredientes e em poucos minutos. E a isso, devemos agradecer ao senhor pai da gastronomia molecular, o francês Hervé This. Creiam quando vos digo que, para essa deliciosa mousse, utilizaremos apenas água e chocolate! Eu mesma não acreditei que funcionaria, but there's a catch: use o melhor chocolate que tiver, uns 60% ou 70% cacau, preferencialmente importado e sem gordura vegetal na composição. Eu usei meu Callebaut 60% em gotas que tinha por aqui.


Mousse de chocolate de dois ingredientes (molecular, vegano)


200mL de água
225g de chocolate amargo (60%)

Coloque a água e o chocolate numa panela em fogo médio e vá misturando até o chocolate derreter completamente e homogeneizar. Prepare um recipiente maior que sua panela, encha com água e gelo. Coloque a panela dentro do recipiente e utilize um mixer para bater a mistura. Enquanto vai esfriando, a mistura vai engrossando e incorporando bolhas de ar que dão a textura de mousse. Passe para taças individuais, cubra com plástico filme e conserve em geladeira até servir. Se desejar, sirva com creme batido e frutas vermelhas. Yum.

Se o mousse ficar muito ralo, derreta novamente, adicione mais chocolate e repita os passos seguintes. Se o mousse ficar muito pesado, derreta novamente, adicione mais água e repita os passos seguintes. Se ficar granuloso, o mousse foi batido demais, derreta novamente e repita os passos seguintes.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Panquecas holandesas assadas (Dutch-baby pancakes)


Não tenho muito a compartilhar hoje, apenas uma receitinha para uma manhã de domingo, nada mais. Conteúdo e fotos não me faltam, acreditem, só me falta o tempo e a dedicação para passar tudo acá. 

Apesar de holandesas no nome, essas panquecas assadas são tradicionais na Alemanha. Elas não levam nenhum tipo de fermento ou agente para fazê-las crescerem (estilo popover) e o correto seria assá-las numa frigideira toda de ferro (o que as faria inchar mais). Elas crescem, mas afundam assim que saem do forno, portanto garfos preparados para atacar assim que ficarem prontas. Curiosamente, é a mesma massa usada para fazer o clafoutis francês, que leva cereja inteiras com caroço.

Sirva com frutas, compotas, geleias, melado, etc. O melhor acompanhamento, entretanto, é açúcar de confeiteiro e umas gotinhas de limão.


























Panquecas holandesas

2 colheres de sopa de manteiga
3 ovos
1 xícara (200mL) de leite
3/4 xícara (90g) de farinha de trigo
1 pitada de sal
1 colher de chá de extrato de baunilha
1/3  xícara (50g) de açúcar
Açúcar de confeiteiro e limão para servir

Pré-aqueça o forno a 200ºC. Derreta a manteiga numa frigideira que possa ir ao forno e gire para untar bem todo o fundo e as laterais da frigideira. Bata no liquidificador os ovos, o leite, a farinha, o sal, a baunilha e o açúcar por 1 minuto até espumar. Despeje na frigideira untada e leve ao forno até dourar e crescer por cerca de 20 minutos. E pronto, a parte mais difícil dessa receita é de fato esperar os tais 20 minutos. Retirei a minha do forno assim que vi um pouco de cor e fofura porque a fome era imensa.


Deixarei dourarem mais nas próximas vezes





domingo, 13 de outubro de 2013

Confeitaria vegana: bolo de banana com cascas de psyllium

Bolo de banana é uma coisa relativamente simples de se fazer e esse é o ponto crítico da questão. Qualquer um faz um bolo de banana, mas não é qualquer bolo de banana que fica absurdamente delicioso. Geralmente, o bolo de banana serve para quê? Para aproveitar uns plátanos abandonados que começam a reunir pequeninas drosófilas ao seu redor. E quando se come um bolo de banana? Quando não há nenhum bolo mais gostoso (isto é, de chocolate) que roube seu lugar.

Se há uma coisa que me desagrada são aqueles bolos de banana no melhor estilo padaria de ser, com massa branca insossa e bananas caramelizadas por cima. Não sei por que, só sei que não gosto deles e é provável que nunca goste. Sabe, desde pequena fui acostumada com bolos com banana na massa, com aqueles pontinhos e fiapos marrons que escurecem a massa e que não poderiam ser mais perfeitos para mim. Gosto bastante também das versões integrais, desde que não sejam socadas, quebradiças ou secas. Não gosto de tortas de banana, tampouco gosto que misturem chocolate ao meu bolo de banana (como poderei enxergar os fiapos de banana?!). Canela, nozes, passas e afins são bem-vindos.

Sou muito específica nos meus gostos, não? Mas, bem, todos sabem que os gostos mudam com a idade e acabamos por desejar alimentos que nos trariam ânsia alguns anos atrás. Então, não alimentem ódio por essa humilde escritora caseira caso um dia ela lhes vier com uma torta de banana de padaria, eu vos imploro.

E como ficariam surpresos se eu lhes dissesse que o melhor bolo de banana que já fiz é vegano! Eu, que carrego tantos preconceitos com bolos de banana em geral, caí de joelhos por uma receita sem ovos, sem leite e sem manteiga. O quitute também foi aprovado pelo meu pai, responsável pelo controle de qualidade desses doces às avessas e que gosta mesmo é do bom e velho leite de vaca e odeia soja.

Foto da psyllium, Plantago ovata, em Las Vegas, Nevada, de abril de 2005, por Stan Shebs

Usei uma mucilagem feita com as cascas de semente de psyllium, uma planta desértica indiana, como substituto do ovo e devo dizer que não me arrependi. Elas são uma ótima fonte de fibras solúveis e ajudam a regular a digestão em casos de constipação e diarreia. Aparentemente, também ajudam a diminuir o colesterol e regular o índice glicêmico. Algumas pessoas ingerem diretamente a mucilagem como tratamento para problemas intestinais, o que pode ser perigoso se não tomarem água suficiente ao mesmo tempo e já causou a morte de várias pessoas (omg).

Na confeitaria vegana, absorvem uma quantidade estúpida de água, o que faz com que os bolos com psyllium fiquem muito úmidos, mas sem despedaçar. Dão ligação à massa, não perdendo para o ovo nesse quesito.

Nota: Fiz esse receita em muffins para poder congelar e retirar para quando tiver vontade. Mas faça em forma de bolo se preferir.

Bolo de banana vegano

(Rende 12 muffins)

(A): 2 colheres de sopa de de cascas de psyllium
       1/2 xícara de água (ou mais, conforme necessário)

(B): 2 xícaras de farinha de trigo
       2/3 xícara de farinha de trigo integral 
       1 e 1/2 colher de chá  de bicarbonato de sódio
       1/2 colher de chá de sal
       1 colher de chá de canela em pó
       1/4 de colher de chá de cravo em pó

(C): 1 e 1/2 xícara de banana amassada
       2 colheres de sopa de suco de limão
       3/4 de xícara de óleo de coco derretido
       1 xícara de açúcar demerara
       1 xícara de uvas passas escuras (ou nozes, se preferir)
       4 colheres de sopa de água ou leite vegetal (para afinar a massa)

Coloque as formas de papel na forma de muffin e pré-aqueça o forno a 180ºC. Numa vasilha pequena, despeje a água aos poucos sobre as cascas de psyllium, misturando bem para que tudo fique hidratado. Se precisar, adicione mais água aos poucos. Peneire (B) e reserve. Pique a banana super madura em rodelas, junte o suco de limão e bata na batedeira com a pá, para que vire um purê. Meça a 1 e 1/2 xícara de purê de banana e volte essa medida para o bowl da batedeira. Acrescente o óleo de coco derretido e o açúcar e bata em velocidade média. Adicione (A) em colheradas com a batedeira rodando. Deixe ficar homogêneo, desligue a batedeira e junte as uvas passas. Incorpore (B) com uma espátula. Se a massa estiver muito dura, acrescente uma colher de sopa de água por vez para afinar. A massa deve ficar em um ponto de fita um pouco mais grosso. Divida igualmente entre as formas de muffin e leve ao forno por cerca de 25 minutos.

Crumble opcional:
Junte partes iguais de farinha branca, açúcar demerara e óleo de coco com um pitada de canela. Amasse com os dedos até ficar esfarelado e coloque sobre os muffins antes de assar. Esse crumble fica delicioso, mas não derrete no forno, se preferir use creme vegetal ou manteiga no lugar do óleo de coco para que derreta e doure.


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O constante aprimoramento do bolo de aniversário - Floresta Negra, Kit-Kat, Cerveja, Ópera

Cheguei tardiamente à conclusão de que estou acostando-me no cômodo errado da casa. Um quarto é o local onde você dorme, onde guarda seus pertences, onde lê seus livros, onde passa a maior parte do seu tempo, correto? E quando passamos mais tempo na cozinha que em qualquer outro lugar, o que isso faz da cozinha? Nosso cômodo mais querido, relegando o quarto a "second best". Não existe lugar da casa que seja mais convidativo, com aromas que nos atraem como ratazanas em busca do saco de lixo mais oloroso da quadra. Nem mais abrangente, englobando todos na conversa. Nem mais ofensivo, pois qualquer detalhe vira controvérsia. Não, não se preocupe... tenha certeza de que as contendas serão resolvidas quando os talheres subirem às bocas.

Tenho cozinhado bastante, tirado poucas fotos e anotado poucas receitas, perdoem-me. O que tenho para mostrar-lhes são alguns bolos de aniversário, que têm sido o enfoco do meu eterno aprimoramento culinário. O ponto mais interessante é que sempre há um aniversário na família e você sempre terá a chance de praticar suas habilidades de mestre confeiteira. Isso é, desde que o dono da festa deposite confiança nessas suas ditas habilidades...

Bolo Floresta Negra


Este foi para o aniversário da minha progenitora (que delicadeza, hahah) em agosto, e foi feito às pressas como sempre. A massa era um pão-de-ló de chocolate (que não me agradou por sua insipidez) regado com calda ao marrasquino. O recheio era creme Chantilly com cerejas ao marrasquino picadas e a cobertura era um buttercream de chocolate ao leite (muito bom!).


Bolo Kit-Kat


Este bolo-gordice-máster-foda-se-eu-gosto-de-kit-kat-mesmo foi para o aniversário de 16 aninhos da minha priminha neste mês. Resolvi experimentar uma massa nova de bolo chiffon de chocolate (com fermento, pois há chiffons sem fermento), vulgarmente conhecido como bolo maionese. Um recheio de morango inventado e que nunca vou conseguir repetir, iniciei com uma base de cream cheese frosting de morangos à qual adicionei chocolate branco, sorbet de morango e ágar-ágar para firmar.


Bolo de Cerveja


Este bolo de proporções gigantescas foi para o aniversário do amigo do meu namorado em maio. Um bolo macho, digamos. A massa branca era de cerveja, com recheio de brigadeiro de cerveja e ganache de chocolate ao leite (que também era a cobertura).


Bolo Ópera







Não comentem a qualidade das fotos, eu sei. O bolo ópera tradicional é feito com um biscuit joconde de amêndoas em vez de camadas de bolo, fica numa altura de uns 5 centímetros, e é cortado em retâgulos para ser servido. Essa é a versão bolo ópera de aniversário para a minha avó. A massa é a mesma do bolo kit-kat, mas com cacau, regada com calda de café. Os recheios são ganache de chocolate ao leite e chantilly de chocolate branco com café e licor Káhlua. Além disso fiz aquelas decorações de chocolate, que podem parecer raspas, mas não o são.


As tortinhas de limão também foram para vovó, com pâte sucrée que você encontra aqui (Pâtes et Bananes) e o recheio clássico de leite condensado e creme de leite que você encontra aqui (Torta rápida de limão com biscoitos e o primeiro desastre). Nossa, pode intralinkar meu próprio blog me dá orgulho, sabe?

Para terminar o post, uma foto graciosa da árvore em frente à casa da minha avó aqui em Santos. Não sei o nome da árvore, mas também há uma aqui perto de casa. Ela floresce por uma semana e depois deixa um tapete de pétalas rosadas na calçada. Para qualquer uma se sentir uma rainha passando por entre pétalas que caem.

domingo, 15 de setembro de 2013

Pão de leite de Hokkaido, com método chinês Tangzhong

Essa é uma receita que estou devendo para meus leitores há tempos. Para que tenham noção, as fotos datam de 3 de junho. Digam se sou não indisciplinada, desregrada e irresponsável? Que lástima! Mas não se aflijam, trago belas fotos dessa receita para satisfazer as suas vontades.

Este é um pão branco. Sim, daqueles com farinha de trigo refinada, com açúcar refinado, tudo a que se tem direito refinado, pois há dias em que só um pãozinho de forma branco resolve. Contudo, todavia, entretanto, isso não quer dizer que sua vontade deve ser saciada com um pão embalado num saquinho que com textura de borracha e cheiro de plástico, injetado com conservantes e com preço inflacionado, certo?

A parte mais interessante dessa receita é o método Tangzhong utilizado para preparar o pão, que o mantém fofinho por vários dias (vocês sabem que pão caseiro tende a ressecar rapidamente por não conter os maledetos emulsificantes, conservantes, etc.). Esse método chinês (também vi que é de origem japonesa, oh god, método asiático, que seja hahah) consiste em preparar um roux com água e farinha que depois será adicionado à massa. Pode parecer um pouco trabalhoso, mas prometo que vale o esforço.
Foi feito às pressas, por favor não reparem no acabamento do pão

















Pão de leite de Hokkaido

Tangzhong
1/3 xícara de farinha de trigo
1 xícara de água
Leve ao fogo baixo até engrossar, como um pudim. Cubra a superfície com filme plástico e deixe esfriar na geladeira até usar. Pode ser conservado sob resfriamento por até 3 dias. Rende tangzhong suficiente para dois pães.

Massa
2 e 1/2 xícara de farinha de trigo
4 colheres de sopa de açúcar refinado
1/2 colher de chá de sal
1 ovo
1/2 xícara de leite
1/2 xícara de tangzhong (receita acima)
2 colheres de chá de fermento biológico seco
4 colheres de sopa de manteiga pomada
1 gema
Na batedeira, peneire a farinha, o açúcar, o sal e o fermento. Acrescente o leite, o ovo e o tangzhong e bata por 5 minutos em velocidade média com o batedor em formato de gancho. Acrescente a manteiga aos poucos, batendo por mais 10 minutos. Boleie e deixe crescer por aprox. 40 minutos. Separe a massa em 4 ou oito partes. Boleie cada parte e deixe descansar 10 minutos. Abra com um rolo em formato retangular. Se desejar, neste ponto recheie cada retângulo (com manteiga e canela, passas, geleias, etc.). Enrole os retângulos no sentido do comprimento. Acomode os rolinhos numa forma de bolo inglês untada. Deixe crescer por aprox. 50 minutos. Pincele com uma gema batida ou com eggwash comum e asse por cerca de 35 minutos em forno pré-aquecido a 180ºC.



Olhando essas fotos me pergunto por que não preparei esse pão novamente...

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Um ano de bloguice e uma receita comemorativa: macarons de amendoim com creme de chocolate (peanut macarons with chocolate buttercream)

Quem poderia acreditar que esse blog duraria mais que algumas semanas? E que de fato eu publicaria textos com regularidade (ainda que tenha a periodicidade semanal original tenha desandado)? Desde que digitei aquelas primeiras palavras, já se passaram 73 posts, com uma média de 6,08 posts por mês. Dá um orgulho, sabe, ver seu filhinho, de quem você cuidou com tanto carinho e dedicação, bem crescido e saudável. Deixe-me enxugar as lágrimas...

Muitas coisas mudaram na minha vida nesse intervalo e posso dizer que foi para melhor. E saber que escrever nesse blog me auxiliou a limpar os pensamentos turbulentos e tomar uma das decisões mais importantes da minha vida, definindo qual seria o caminho futuro. Animada e com a mente aberta, posso afirmar com certeza que será um caminho com muitas facas e panelas!

E, para comemorar essa data tão importante, não poderia escolher uma receita menos complexa. Porque vocês sabem que quanto mais intimidadora a receita, mais me sinto tentada a testá-la. Venho travando batalhas com os macarons há algum tempo e, portanto, decidi comprar farinha de amendoim para fazer meus testes por ser incomparavelmente mais barata que a farinha de amêndoa. E não que os suspirinhos franceses ficaram bons? O amendoim confere muito mais sabor que a amêndoa, embora não seja um sabor tão delicado quanto o da amêndoa.

Essa daqui é uma adaptação da receita da École du Grand Chocolat Valrhona, feita com merengue italiano e que é muito parecida com a receita do Pierre Hermé. O creme de chocolate é um buttercream que leva chocolate derretido em vez de cacau em pó, uma dessas receitas obtidas pela internet que anotamos num caderno e depois não nos lembramos de onde a conseguimos.


Macarons de amendoim

125g de farinha de amendoim
75g de açúcar de confeiteiro
75g de açúcar impalpável
150g de açúcar refinado
50mL de água
100g de claras (50g + 50g) (aprox. 3 claras)
25g de amendoim torrado granulado (opcional)

Processe rapidamente a farinha de amendoim com o açúcar de confeiteiro e o açúcar impalpável, para que o amendoim não solte óleo. Peneire para retirar os pedaços maiores de amendoim. Em uma panela grossa, misture o açúcar refinado e a água. Leve ao fogo médio e, quando a calda se aproximar dos 80ºC, comece a bater metade das claras (50g) na batedeira. Quando a calda alcançar 110ºC, as claras deverão estar em ponto de neve. Desligue o fogo e despeje a calda em fio sobre as claras em neve com a batedeira ligada. Deixe esse "marshmallow" amornar até 45ºC, então acrescente o restante das claras não batidas (50g) e os ingredientes secos peneirados. Misture vigorosamente até atingir o ponto de fita (esse passo, conhecido como "macaronage" é o mais importante, uma misturada a mais ou a menos pode ser o fator determinante para seus macarons não saírem como deveriam).


Coloque a massa num saco de confeitar com bico redondo e disponha círculos de massa de aprox. 3 cm de diâmetro numa assadeira forrada com papel-manteiga ou silpat. Deixe um espaço bom entre seus macarons, lembrando que vão espalhar um pouco. Bata a assadeira com força na bancada e estoure bolhas visíveis. Se desejar, cubra metade das casquinhas com um pouco de amendoim granulado para decorar. Deixe os macarons secarem em temp. ambiente por 30 min a 1h (dependendo da umidade da sua cidade). Quando as casquinhas estiverem firmes, leve uma forma por vez ao forno pré-aquecido a 140ºC por aprox. 12 minutos. Tente não encher demais as formas se o seu forno estiver um pouco desregulado, pois isso pode fazer os macarons das pontas estourarem, por exemplo. É melhor fazer quantidades menores e várias fornadas.

Se usar papel-manteiga, nunca retire os macarons com as mãos, pois as bases vão grudar. Leve à geladeira por 30 minutos e retire com auxílio de uma espátula. Recheie as casquinhas com o creme de chocolate abaixo e reserve na geladeira. Os macarons ficam melhores consumidos no dia seguinte, pois os sabores se desenvolvem e o centro das casquinhas fica mais pegajoso.






Creme de chocolate

200g de manteiga em temperatura ambiente
1 xícara de açúcar de confeiteiro
1/2 xícara de chocolate meio-amargo derretido
1 colher de sopa de extrato de baunilha

Derreta o chocolate no microondas ou em banho-maria. Bata a manteiga na batedeira até atingir uma textura cremosa de pomada. Acrescente o açúcar de confeiteiro e a baunilha e bata até homogeneizar. Cheque a temperatura do chocolate, pois ele deve estar levemente morno para não derreter a manteiga. Pare a batedeira, acrescente metade do chocolate e torne a bater. Pare novamente e coloque o chocolate restante. Bata até estar completamente homogêneo. Coloque num saco de confeitar e recheie.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Receita de Apfelstrudel

Depois de mais um hiato, eis que estou de volta. Dá uma ideia de entrada triunfal, certo? Heheh, não está para tanto. Ando cozinhando bastante, mas infelizmente continuo tendo um relacionamento enrolado com câmeras fotográficas. Na realidade, não tenho problema algum com câmeras, o detalhe é que não me lembro de usá-las para tirar fotos dos pratos. Seguem algumas fotos para lhes atualizar...

Ainda da última visita a sumpaulo: Lámen com nirá, ovo de pata no chá, carne, shitake e brotos. E o melhor guiozá de todos os tempos. Até me inspirei a fazer os guiozás (ou jiaozi, já que o restaurante era chinês) em casa, massa e tudo. Saíram muito bons, mas ficou faltando algum tempero... E ando meio obcecada com comida chinesa, alguém conhece um restaurante chinês decente em Santos? Não serve pasteleria, gente.
Mini éclairs recheadas com creme de confeiteiro e cobertas com glaçage de chocolate amargo.
Digo apenas que foram bombásticas.

Essa foi a primeira produção de nossas aulas de panificação. Cinnamon rolls e pãezinhos de festa (com presunto, queijo, tomate e orégano). Culpem o forno desregulado, e não as cozinheiras, pelos pães tostados na ponta! Heheh

Bom, vamos à receita do dia, strudel! Sim, eu sei que estou trapaceando quando uso massa filo pronta nessa receita. O correto seria preparar uma massa de strudel tradicional (se alguém estiver com tempo e paciência, esta aqui publicada no Guardian parece interessante) empregada nos países em que essa delícia se originou, Áustria, Hungria, República Tcheca, Alemanha e toda aquela banda da Europa Centro-Oriental. Outros apressadinhos como eu preferem usar massa folhada, mas escolhi a filo por considerá-la mais leve e também porque a massa do strudel supostamente derivou da massa árabe usada para preparar a baklava, ou seja a massa filo.

E por que maçã, quando existem tantos outros sabores interessantes? Para os novatos em termos de strudel, como eu mesma, as variações são infinitas, mas os recheios tradicionais são: maçã, creme, queijo topfen, cerejas azedas ou doces, nozes, damascos, ameixas, sementes de papoula, abóbora, espinafre, carne, chucrute e outros. Os recheios famosos e brasilíssimos incluem banana, palmito, requeijão e goiabada, calabresa, doce de leite. Já deu para entender por onde a imaginação pode fluir, certo? Por qualquer lugar. Não há e não devem haver restrições.

Se desejar se ater ao tradicional antes de navegar por águas mais turbulentas, comece com o queridinho apfelstrudel. Garanto que o aroma combinado de maçã com uvas passas, amêndoas, rum e canela completará o clima invernal.

Strudel de maçã

300 g de massa filo pronta
5 colheres de sopa de manteiga clarificada derretida
2 maçãs verde Granny Smith pequenas (pode misturar com maçãs mais doces, se preferir)
1/3 de xícara de açúcar refinado
1/3 de xícara de uvas passas
½ xícara de amêndoas trituradas
1 colher de sopa de farinha de trigo (ou pão amanhecido ralado)
½ colher de chá de canela em pó
1 colher de sopa de rum
Suco de limão
Açúcar demerara e manteiga


Descongele a massa filo conforme as instruções da embalagem. Unte um tabuleiro e corte as folhas em retângulos de 25 cm por 35 cm. Disponha uma folha na forma untada e pincele com a manteiga clarificada, cubra com outra folha e pincele com manteiga novamente. Repita essa operação até acabarem as folhas de massa e reserve.



Deixe as uvas passas de molho no rum. Pré-aqueça o forno a 200ºC. Descasque e retire o miolo das maçãs e corte-as em fatias finas. Se necessário, use algumas gotas de limão sobre as fatias para que não escureçam enquanto você corta o restante. Misture as fatias de maçã com o açúcar, as uvas passas, o rum, as amêndoas, a canela em pó e a farinha de trigo. Se o recheio estiver soltando muito líquido, acrescente um pouco mais de farinha.

Coloque o recheio sobre metade do retângulo da massa filo, deixando uma borda com distância de três centímetros das laterais. Feche essas bordas sobre o recheio e enrole o strudel na direção da outra metade da massa. Centralize o strudel na assadeira, girando-o para esconder a borda da massa sob o strudel.

Pincele o topo com manteiga e polvilhe açúcar demerara. Se preferir, pincele com um ovo batido (nesse caso, sirva polvilhado com açúcar de confeiteiro). Asse a 200ºC por 10 minutos, abaixe a temperatura para 180ºC e asse por mais 30 minutos.