sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Pão pita e iogurte grego caseiro



Trago para vocês mais um post da série almoços de domingo, apesar de que esse aconteceu no feriado da última sexta-feira, um detalhe irrelevante a meu ver. Não sei por que, mas os ventos do Olimpo vieram soprar aqui na porta de casa na última semana e fiquei decidida a apresentar uma mesa digna da terra de ateniense e espartanos. Acho que grande parte dessa inspiração veio do blog da Cozinha da Grega que li de cabo a rabo e cujas receitas me ensinaram muito sobre a cultura grega, não deixem de conferir!

A ideia inicial do churrasquinho grego (döner kebab/ gyros) acabou saindo pela tangente. O menu não foi completamente grego e acabou com molhando a ponta dos pés nos mares árabes, afinal a Grécia também teve sua cota de influências árabes. Da esquerda para a direita:

  • Berinjela, abobrinha e cebola grelhadas
  • Salada grega (tomate, pepino, azeitona, queijo feta, orégano e azeite)
  • Hortelã picada
  • Iogurte grego caseiro temperado
  • Homus (comprado pronto, shame on me)
  • Carne assada de panela com cebolas
  • Pão pita caseiro


Iogurte grego caseiro

2 litros de leite de cabra (se não encontrar, o de vaca também pode ser usado)
2 potinhos de iogurte natural integral
1 pitada de sal
3 colheres de sopa de leite de cabra em pó (opcional)

Leve o leite de cabra ao fogo com uma pitada de sal até começar a ferver e desligue o fogo. Transfira o líquido para uma bacia plástica e, quando estiver morno (na temperatura do corpo), acrescente o iogurte natural e o leite em pó. É muito importante que o leite esteja na temperatura correta; se estiver quente demais, matará os lactobacilos do iogurte e, se estiver frio, essas bactérias não fermentarão. Cubra com um pano e deixe fermentar em um local aquecido da sua cozinha (dentro de um forno desligado, por exemplo) até que toda a mistura fique densa como iogurte. A minha ficou aproximadamente um dia inteiro.
Agora vamos à parte especial do iogurte grego, também conhecido como iogurte "coado" ("strained yogurt"). Coloque o iogurte em uma peneira sobre um pote adequado e use uma colher de pau para pressionar a mistura e ajudar a coar o líquido. Se preferir, forre a peneira com um véu bem fininho. Mantenha-o escorrendo na geladeira coberto com outro véu até alcançar a textura desejada. Não jogue fora o caldo que restar, ele pode servir para dissolver o iogurte caso fique muito denso e também ser empregado como substituto da água em receitas de pães.
O iogurte fica ótimo servido com nozes, mel, granola e frutas picadas. O bom dessa receita é que esse iogurte não é adoçado como essas versões comerciais da Nestlé e Vigor que estão na moda por aí (e que de grego só têm o nome), então cai bem em receitas salgadas.



A minha intenção era fazer tzatiki, mas como a salada grega já levava pepinos, decidi riscá-los da receita e simplesmente temperar o iogurte com azeite, pimenta-do-reino, sal e alho picado. A berinjela, a abobrinha e a cebola foram grelhadas com azeite. E a preparação da salada não tem nada de especial, apenas corte tomates, pepinos e o queijo feta em cubinhos e misture com azeitonas pretas, azeite e orégano (ou tomilho).

Por insistência da minha mãe, compramos o homus de um restaurante árabe muito famoso aqui em Santos chamado Beduíno, e não posso negar que foi uma ótima sugestão, porque combinou maravilhosamente com a crocância da salada, a acidez do iogurte, as fibras desmanchando da carne e o pão quentinho.

Para a carne assada (preparada por mamãe), o corte usado foi lombinho da paleta. Segundo informações passadas por ela neste momento, ela apenas temperou os dois lombinhos com sal e assou na panela, adicionando água quente e girando a carne em um processo que levou umas 4h. Para os mais apressados, apenas deixe a carne corar e leve à pressão para um cozimento mais acelerado. Retiradas as peças da panela, foram adicionadas cebolas picadas, pimenta e alecrim ao caldo do cozimento da carne. Depois que o caldo tiver reduzido, junte a carne desfiada e voilá.

Por último, aqui vai a receita do pão pita caseiro:


Pão pita caseiro

3 xícaras de farinha de trigo
1/3 de um pacotinho de 10g de fermento biológico seco
2 colheres de chá de sal
4 colheres de chá de açúcar
4 colheres de sopa de azeite extravirgem
1 xícara de chá de soro do iogurte (ou de água ou leite)

Misture bem todos os ingredientes e sove a massa vigorosamente por cerca de 15 minutos. Esse é o momento de desestressar, não tenha medo de socá-la com vontade. A massa é um pouco seca e pode parecer que não vingará, mas não se preocupe porque no final dá tudo certo. Coloque para descansar por uma hora em um local aquecido coberta com um pano.

Separe a massa em bolinhas e abra-as em uma superfície lisa com um rolo de macarrão. Vá ajustando o tamanho das bolinhas conforme seu gosto e deixe as massas abertas descansarem mais meia hora. Aqueça uma frigideira com um fio de azeite comum e frite os pães pita dos dois lados até ficaram dourados (gosto dos meus quase queimados) e criarem bolhas de ar internas. É muito importante que você não fure as pitas com um garfo antes de fritar, senão o pão não criará essas bolhas e não será possível abri-lo para rechear.
A melhor parte desse pão é rasgá-lo e abocanhá-lo assim que sai da frigideira, ninguém liga para dedos queimados nessa hora.

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